sexta-feira, 29 de julho de 2016

Alma suicida

Anonimamente, uma alma procurou responder a algumas questões sobre este assunto. Espero que ainda vá a tempo para as responder, e espero que ajude. 
Vou então responder a algumas questões, contudo em caso que deseje aprofundar o assunto ou discutir algo mais sério, apesar de estar sempre disponível para responder, deve procurar um padre para o melhor guiar.

O que a Igreja pensa do suicídio?

Aos olhos da Igreja, o suicídio é um pecado muito grave. Nós não somos os proprietários das nossas vidas, mas sim Deus, logo não podemos pôr um fim nela. O suicídio é gravemente contrário ao amor por si próprio (vida, ao amor ao próximo e especialmente ao amor de Deus. Contudo também compreende que os motivos podem ser complexos, sabemos que um momento grave de depressão, desespero, angústia prolongada, esquizofrenia, entre outros, podem debilitar psicologicamente a pessoa de maneira tão grave que ela possa buscar refúgio na morte, mesmo sem a desejar em si mesmo. Isto pode diminuir a responsabilidade do suicida. Por isso a Igreja recomenda rezar pela alma do suicida, sem se desesperar de sua salvação.

Quem se suicida estava possuído?

Quem se suicida não tem que estar possuído. Por vezes é só a opressão do demónio, a tentá-lo para o terminar a sua vida com mentiras. Quanto mais uma pessoa está débil mentalmente, mais o demónio consegue alcançar o que quer.

Se estiver possuído e se suicidar, o que acontece à alma?

A possessão tira da pessoa toda a responsabilidade dos seus atos. O demónio é que está no comando das atitudes paranormais  e violentas. Portanto o suicídio seria neste caso não obra da pessoa, mas do espírito que a domina. Nem sempre a possessão do corpo é acompanhada da possessão da alma. Portanto, a pessoa pode neste caso se salvar, pois que mesmo não tendo sucesso o exorcismo do corpo, a pessoa certamente recebe a absolvição que a perdoa e a livra da possessão da alma, pois que todo pecado grave tem como consequência esta possessão da alma e a absolvição é um sacramento eficaz a que o demónio não pode resistir.

É possível a salvação da alma do suicida?

O importante, então, é não se desesperar com a morte suicida da pessoa amada, mas oferecer a Deus por ela as orações e, principalmente, a Santa Missa pela salvação e sufrágio de sua alma. Só Deus  é que nos julga e só ele é que possui desígnios ocultos que nos ultrapassam, tenha fé em Deus.
"Não se deve desesperar da salvação das pessoas que se mataram. Deus pode, por caminhos que só Ele conhece, dar-lhes ocasião de um arrependimento salutar. A Igreja ora pelas pessoas que atentaram contra a própria vida"
O que acontece a quem se tentou suicidar sem sucesso?

Se essa pessoa se arrepender e confessar, após reencontrar o amor de Deus novamente será absolvida, perdoada. Contudo para isto acontecer pode demorar algum tempo, pois é necessário o apoio da família, amigos e da Igreja para que o suicida compreenda o que fez de errado para mais tarde se arrepender verdadeiramente. Dê sempre o seu apoio, não o julgue pois mais do que nunca tem que ajudar o próximo com amor, tenha paciência e fique atenta para evitar que ele cometa o mesmo erro. Caso tenha sido você, não desista do amor de Deus, a sua vida é preciosa mesmo que julgue-se insignificante. Se precisar de desabafar, procure a família, amigos, um professor, um padre, quem se sentir mais confortável a falar, de preferência com alguém positivo, e caso o deseje, estou disponível para o ajudar. Há mais na vida do que tristeza, há amor incondicional.


Espero ter ajudado quem precisar. Deus nos abençoe, Daniela.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Homossexualidade

Hoje trago um assunto que hoje em dia é um pouco debatido, a homossexualidade. Homossexualidade é quando um individuo se sente atraído por alguém do mesmo sexo. Vejo muitos cristãos a gozarem, blasfemarem e até a renegarem os homossexuais, e isto é completamente errado.
“Tens de amar o teu próximo como a ti mesmo.”- Mateus 22:39
Uma das primeiras coisas que aprendemos na nossa vida é amar os outros, independente dos seus erros, assim como não falar mal de outros e ajudar quem precisar. 


Mas a homossexualidade não é errada?

Todos nós somos tentados pelo o Impuro, uns de uma maneira e outros de outra. A homossexualidade não é uma escolha, é algo que o individuo não consegue controlar. É tentado a praticar a sexualidade e uma vez praticada, aí sim passa a ser um pecado que cometeu. O simples sentimento de atracção por alguém do mesmo sexo é a tentação que o diabo lhe está a impor, para cometer o erro de praticar para o levar a pecar e afastar-se do caminho de Deus.
Contudo, só porque um individuo pecou deve-se gozar com ele e renegá-lo? É claro que não, todos nós pecamos e o nosso trabalho é ajudá-lo a alcançar o caminho de Deus. Temos que o ajudar a entender, mas não forçá-lo pois assim tende a afastar-se. Ajude-o a compreender. Mas não espere milagres pela parte dos seus sentimentos mudarem, pois o Impuro pode continuar a tentá-lo durante toda a sua vida. Todavia ensine-o a não praticar pois isso sim é pecado.

Dê-lhe a dica também de falar com o padre, pois pode ajudá-lo nesta batalha espiritual e a dar-lhe concelhos. Ajude o pecador e não o renegue pois um dia pode ser você o pecador. 

Deus nos abençoe, Daniela.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Carta ao jovem católico sozinho

Caro jovem católico,

Só porque você tem que fazer algo, não quer dizer que seja fácil, nem que você tenha que fazê-lo sozinho ou sem apoio. Há ocasiões em que é difícil ser católico. Quando você sente que é a única pessoa em todo o mundo que acredita no que acredita. Ou quando as expectativas depositadas em você são enormes e impossíveis. Há ocasiões em que nadar contra a corrente da sociedade é simplesmente exaustivo, em que a fé é confusa ou em que a santidade parece não ter nenhuma recompensa.

Talvez a sua fé seja uma grande luta nesse momento. Talvez você não consiga ver a relevância dela na sua vida. Talvez tudo esteja indo bem para você, mas a fé pareça ser uma obrigação. Ou talvez, ultimamente, tudo esteja desabando ao seu redor e Deus pareça distante, frio e silencioso. Talvez a raiva e a dor estejam obscurecendo tudo e você não consiga enxergar o seu futuro. Ou talvez você saiba que a sua fé significa tudo para você, mas o preço que paga por ela é maior do que jamais imaginou e não há ninguém além de você para apoiá-lo ou encorajá-lo.

Pode ser que tudo o que você sinta seja autopiedade pelas vezes em que cometeu erros. Talvez você esteja cansado de se explicar, ou de desistir de relacionamentos quando se recusa a comprometer o seu valor próprio. Talvez você tenha experimentado tamanha rejeição pelo fato de ser católico que pense não ter mais nada a oferecer a mais ninguém. Talvez sinta falta de amigos que compartilhem a sua fé, que compreendam quem você é e por que acredita nessas coisas. Talvez você deseje ter alguém com quem possa ir à Missa, com quem possa rezar e para quem possa explicar as suas dúvidas e dificuldades. Talvez você esteja exausto de ter que defender aquilo que é fonte de tanta alegria.

É muito duro quando não há ninguém por perto para lembrá-lo de que todo esse esforço vale a pena. É desencorajador quando mais ninguém compreende o quanto pode ser solitário ir sozinho à Missa. Ou quanta força se requer, e quanta tristeza se produz, quando você se afasta de situações que sabe não serem corretas. Talvez você esteja cansado de repetir sempre os mesmos velhos erros. É duro, eu sei que é! E eu gostaria de encorajá-lo.

Eu quero que você se lembre de que, mesmo que agora se sinta sozinho na sua fé, mesmo que esteja lutando, nós dividimos as mesmas dificuldades. Nós queremos que você se lembre da alegria e da amizade que é conhecer a Cristo. Não importa o estágio da fé em que você se encontra, persevere sempre!

Às vezes, os pequenos passos são tudo de que precisamos. Continue a rezar, mesmo que sejam somente cinco minutos por dia.

Saiba que você pode se orgulhar de ser católico. É isso o que o torna quem você é. E, como você é uma pessoa única e interessante, ser católico faz parte do rico tecido de vida que compõe a sua linda personalidade. Não é sempre que você vai estar cercado de pessoas que verão a sua fé de forma negativa. Você também encontrará pessoas que se sentirão intrigadas pela sua fé, que desejarão genuinamente conhecê-la melhor e que estão esperando pela oportunidade de compartilhar algo pessoal, algo sobre elas próprias. E você também encontrará pessoas que dirão desejar algo que você já tem, como o seu senso de propósito, o seu senso de paz, ou a sua consciência de ser amado incondicionalmente por Deus.

Eu não digo isso para criar barreiras, mas para encorajá-lo a discernir que, ainda que a sua fé às vezes pareça um fardo, haverá momentos inesperados em que ela o surpreenderá com o seu poder de bem, de criar conexões com os outros, de mudar as suas vidas. Não se esqueça do enorme poder da sua fé. Por meio de você, Deus agirá de modos incríveis e nunca esperados!

Tudo bem, eu entendo. É duro ser jovem católico. Talvez você sinta que poderia estar se saindo melhor. Talvez você apenas se sinta perdido. Espero que, só por saber que eu reconheço as suas dificuldades nesta carta, você já se sinta menos sozinho. Sim, as coisas mudam. Um dia, as lutas que você enfrenta agora não serão tão difíceis. Mesmo assim, por favor, saiba que estamos rezando por você, que o estamos encorajando e que temos os mesmos sofrimentos que você. Juntos, com Cristo e com sua mãe Maria, você vai conseguir!

Com amor e orações,

De uma jovem católica para um jovem católico



Que Deus nos abençoe, e que nunca desista!

sábado, 2 de julho de 2016

O órfão que renunciou os seus olhos

A catedral de Notre-Dame de Paris é muito rica em histórias e milagres. Eis o relato de um deles, recolhido em um belo conto medieval. Um menino órfão, que vivia aos cuidados dos padres da catedral de Notre-Dame, começou a andar um pouco triste e pensativo. O padre, vendo a tristeza no rosto inocente, se aproximou e lhe perguntou:

– O que está acontecendo? Por que tens andado pensativo e tão triste?

– É que eu vejo que muitos meninos têm mãe para poderem abraçar, mas eu não tenho…

Compadecido da situação do menino inocente, o padre lhe falou com sorriso caridoso:

– Meu filho, você não sabe que tem a mãe mais bela de todas as mães? Para as crianças que não conheceram sua mamãe na terra, Nossa Senhora assume uma maternidade toda especial!

Contente e já confortado, o menino saiu de lá com a convicção alegre de que a sua mãe era a mais linda de todas as mães!

Toda vez que ia até a catedral, ele rezava de modo mais especial; porém, fazia agora um pedido inesperado: o menino queria ver a sua mãe pessoalmente – e, para isso, não só rezava, mas fazia também sacrifícios.

Num daqueles dias maravilhosos do mês de maio, Paris estava toda florida e a catedral ornada de flores. Logo pela manhã, o menino foi encontrado desmaiado perto da imagem de Nossa Senhora. Socorrido pelo padre e cercado pelos fiéis, ele acordou nos braços do religioso com um sorriso celestial. Perguntam-lhe o que tinha acontecido. E ele respondeu:

– Minha mãe atendeu meu pedido! Nossa Senhora me apareceu! E ela é, realmente, a mais linda de todas as mães!

– Mas o que aconteceu com seus olhos? – perguntou-lhe o padre, vendo o olho direito do menino todo branco e opaco.

– É que Nossa Senhora me perguntou se, para poder vê-la, eu aceitava não enxergar mais do olho direito.

O milagre se espalhou como um vendaval pela região. Muitas pessoas iam à catedral pela manhã para ver o menino rezar à Santíssima Virgem.

Perguntavam-lhe o que estava pedindo dessa vez. E ele sempre respondia:

– Quero ver novamente a minha mamãe tão linda que está no céu!

– Mas e se Nossa Senhora lhe perguntar se você aceita perder também o outro olho e ficar cego definitivamente?

O pequeno respondia:

– Minha mãe que está no céu é tão linda que, depois de vê-la mais uma vez, eu não quero mais ver nada deste mundo!

E assim passou-se um mês em orações e penitências. Certa manhã, enquanto rezava diante da imagem de Nossa Senhora, o menino ergueu a cabeça, sorriu e desmaiou novamente. Todos os que estavam no local se perguntavam se ele teria visto a mais uma vez a Santíssima Virgem. O tumulto agravava-se . O padre acolheu o menino em seus braços e o chamava pelo nome… A face do pequeno resplandecia de um brilho extraordinário… Ainda com os olhos fechados, ele exclamou:

– Eu vi minha mamãe!

E, ao abrir os olhos… os dois estavam normais. Nossa Senhora lhe restituíra o olho direito, devolvendo-lhe a visão perfeita! É que a sua imensa fé de criança não precisava dar nenhuma prova de sinceridade.


Deus nos abençoe, Daniela.